segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Festas do Povo 2011


Em Campo Maior estão a decorrer as Festas do Povo 2011. Deixo-vos um vídeo que retrata um pouco da maravilha que podem ver em Campo Maior até ao dia 4 de Setembro.



"Falar de Campo Maior é falar das suas "Festas do Povo". Porém, torna-se difícil determinar com precisão a origem destas festas, devido à escassez e dispersão de documentos e à interligação de tal iniciativa cultural com a evolução histórica da vida local. Contudo, a tradição e alguns artigos de jornal permitem-nos apontar, como embrião das actuais "Festas do Povo", as festas que em finais do século passado se começaram a celebrar em honra do padroeiro desta vila raiana - São João Baptista. Esses festejos em honra de São João Baptista foram realizados pela primeira vez em 1893, sendo organizados por uma Comissão Popular. Como podemos depreender do extracto de um artigo publicado em cinco de Agosto de 1895 no Diário d' Elvas:
«(...) Sem embargos dos attrictos, que da concepção d' estes emprehendimentos nascem, sob o auspicio festas.

A popular a comissão iniciou os festejos em 1893 e por forma tal se houve, que o seu exito brilhante, excedendo a expectativa, foi laureado com a satisfação geral, que promoveu o progresso e lustre das O povo, tomando sob si o improbo trabalho da ornamentação das ruas, que offereciam à vista um aspecto encantador e phantastico, nos annos anteriores, prepara para este anno attrahentes e maravilhosas novidades. Não se pode descrever o effeito deslumbrante que as ruas offerecem à vista nas noites de iluminação(...)».

A Fantasia, a imaginação e a criatividade nas ornamentações e enfeites destes festejos destacam-se na descrição que o jornal Correio Elvense, de sete de Setembro de 1894, apresenta dos dias de festa em Campo Maior:
«Foi surprehendente e caracteristica a diverssidade das decorações, que embellezaram as ruas d' estavila.
Aqui cascatas, thoronos a S. João, alem de mastros, lagos e por toda aparte eucaliptos, buxo, muitas bandeirolas, esparragueiras lindissimas e mais de 3.000 balões.
Todos os habitantes, possuidores da mais completa vontade e união, começaram dias antes d' estas festas a trabalhar de dia e de noite n' esse embellezamento.
Sabbado estava tudo feito e à noite começaram as iluminações, sobresahindo a da rua 13 de Dezembro, vulgo da canada, a qual tinha innumeros vasos de flores adornando os passeios laterais (...)»
Além destas ornamentações e enfeites, que se podem considerar os mais genuínos, outros surgirão também manufacturados artisticamente fruto do inevitável impulso renovador do tempo.
A própria realização das Festas, embora tenham sido progressivamente adaptadas à evolução social e histórica, manteve-se desde o inicio, fiel ao espírito associativo, altruísta, artístico e hospitaleiro, que dá vida a este evento e que não é mais do que a forma de estar e de sentir dos campomaiorenses.
Como testemunho desse "espirito" campomaiorense veja-se extracto do artigo publicado no Correio Elvense, em dezanove de Setembro de 1896:
«Em cada rua ou pequena travessa , em cada largo, os habitantes uniam os seus esforços, trabalhavam cada um d' elles como no cumprimento de um dever , não se destinguindo por condições de fortuna ou de classe, e animando-os apenas o desejo de fazerem algum trabalho novo e original e em todo o caso diverso do dos seus visinhos e mais digno do que o d'ellle de merecer applausos e louvores (...)»
«(...) No interior , as casas tem também o seu ar de festa. A porta escancarada deixa ver bem o que ali se encontra. E é um prazer admirar o aceio, o escrupulosissimo esmero que preside aquela ornamentação tão simples. Os tijolos do chão rebrilham como novos.
Nas paredes, as aleographias empileiraram-se ao lado das cantareiras, onde as baterias de estanho se mostram com um polido brilhante e por cima os tachos de cobre, de todas as dimensões, estabelecem uma fiada de ouro polido (...)»"



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